Livros de Fantasia
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sexta-feira, setembro 16, 2005

Sequela de Eragon chega a Portugal



Depois do sucesso de "Eragon", que vendeu em Portugal mais de 40 mil exemplares, a Gailivro lança esta sexta-feira o segundo volume de "A Trilogia da Herança", com o título "Eldest".

O segundo livro do norte-americano Christopher Paolini será apresentado pelo actor/apresentador português Pedro Granger no Reservatório da Mãe d’Água, em Lisboa.

Eldest promete ser um sucesso. O livro, lançado a 23 de Agosto, nos Estados Unidos e Canadá, vendeu, numa semana, cerca de meio milhão de cópias.

A editora prefere manter em segredo a intriga de "Eldest". "A partir de hoje os fãs da 'Triologia da Herança' poderão desvendar novos segredos", garante a editora em comunicado.

O primeiro livro do jovem escritor será brevemente adaptado ao cinema, revela ainda a editora. A 20th Century Fox decidiu apostar em “Eragon” que chegará já no próximo ano ao grande ecrã. O filme custará 100 milhões de dólares.

Com Lusa

Fonte: Sic Online

segunda-feira, setembro 12, 2005

Lançamento Português de Eragon - 16 de Setembro

O segundo livro da Heritage Trilogy (Trilogia da Herança), que sucede a "Eragon", vai ser lançado Sexta-Feira, dia 16 de Setembro. O livro tem pelo nome "Eldest" e foi escrito pelo jovem autor Cristopher Paolini.

A sinopse do livro pela Gailivro:

Cai a escuridão...
Colidem as espadas…
Reina o mal...

Eragon e o seu dragão, Saphira, acabam de salvar o estado rebelde da destruição pelas forças poderosas do Rei Galbatorix, cruel governante do Império. Eragon deverá rumar agora a Ellesméra, terra dos Elfos, onde treinará ainda mais os seus poderes de Cavaleiro do Dragão: a magia e a destreza no manejo da espada.
Muito em breve estará a caminho, na viagem da sua vida: os seus olhos abrem-se a novos lugares e a personagens terríveis, os seus dias enchem-se de novas aventuras. Mas o caos e a traição espreitam a cada esquina, e nada é o que parece ser. Não tarda, Eragon deixa de saber em quem confiar.
Entretanto, o seu primo Roran terá de travar uma nova batalha – uma batalha que colocará Eragon num perigo maior.
Será a mão obscura do rei capaz de estrangular toda a resistência? Eragon poderá não escapar com vida…

Fonte: Gailivro

domingo, setembro 11, 2005

Especial Mundo Fantástico no Jornal de Letras

O Jornal de Letras (quinzenal) do passado dia 31 de Agosto publicou um artigo sobre o Fantástico Português, incluindo entrevistas com Filipe Faria (Crónicas de Allaryia), Inês Botelho (o Ceptro de Aerzis), Miguel Ávila (Vatur), Ricardo Pinto (A Dança de Pedra do Camaleão) e Sandra Carvalho (A Saga das Pedras Mágicas).

Podem ver a entrevista ao Filipe Faria:

Mais de 400 páginas por volume, um guia básico de pronunciação e um extenso glossário. Os livros de Literatura Fantástica de Filipe Faria não são simples, nem de leitura fácil. Exigem, de resto, ao próprio autor uma disciplina de escrita que cumpre religiosamente. Tem um período de férias anual, mais ditado pela publicação dos livros do que pelo ritmo escolar da Universidade Nova de Lisboa, onde frequenta o curso de Línguas e Literatura Modernas, variante Inglês-Alemão. Nos dias correntes, as manhãs «são tempo perdido para a escrita. À tarde prefere «fazer outras coisas para não estar sempre fechado no quarto». Mas as noites estendem-se em laboriosa imaginação. «A mínima falta de inspiração pode ser desastrosa, por isso é necessário uma disciplina, como, por exemplo, 'hoje vou escrever x páginas, se não o conseguir, amanhã escrevo mais'. Isso é fundamental para acabar livros desta envergadura», afirma.

Essa persistência intensificou-se a partir do momento em que Filipe Faria publicou, em 2002, o seu primeiro livro. A Manopla de Karasthan, distinguido com o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian, e desde aí, a um ritmo anual, as sequelas: Filhos do Flagelo, Marés Negras e, agora, A Essência da Lâmina. «Mesmo não tendo prazos a cumprir, tenho de escrever. Sinto uma obrigação para com os leitores de lhes mostrar o desenlace, quer venham a gostar ou não». Há outra desculpa para justificar tamanha dedicação num escritor tão novo. E Filipe Faria não a esquece, embora a revele entre risos: «Tenho de me manter ocupado. A vida de um escritor é um pouco ociosa e se não faço render o meu tempo...»

Filipe Faria prevê que as Crónicas de Allaryia se dividam por sete livros, embora esta conta possa descer até aos seis ou subir aos dez. Depende da evolução da história. No entanto, já tem todos os livros planeados e já sabe o que vai acontecer em cada momento, inclusivamente o final. Aliás, antes de começar a escrever faz «uma estruturação muito detalhada de como vai ser o livro». Capítulo a capítulo vai fixando por palavras soltas os principais acontecimentos, mas para que a escrita não se torne mecânica – «não estar só a debitar da cabeça para o papel» – há lugar para a liberdade. «Tenho sempre o cuidado de deixar espaços em branco nesse esqueleto, para de alguma forma sentir um estímulo adicional quando estou a escrever, pois o facto de não saber o que vai acontecer em determinado momento leva-me a querer chegar lá mais depressa, ou a ir matutando, enquanto escrevo».

Com este trabalho se tem feito a sua aprendizagem da escrita. Quando olha para o primeiro volume, escrito entre os 16 e os 20 anos, Filipe Faria reconhece que, por vezes, «o diálogo é um pouco doloroso» e mesmo o ritmo do enredo «deixa algo a desejar». Mas é sem complexos que faz esta análise. «Era a capacidade que tinha na altura, não há nada a fazer. No entanto, o livro continua a ter os seus méritos», afiança. O que não tem comparação são os livros que agora escreve: «Não há dúvida que evoluí ao nível da escrita, da planificação, da caracterização das personagens e da elaboração dos diálogos».

Porta de entrada
Foi numa ida à biblioteca do colégio alemão, que frequentou do jardim infantil ao 12° ano, que Filipe Faria encontrou, aos 12 anos, a sua «porta de entrada» para a Literatura Fantástica. Passando os olhos pelas estantes, encontrou um bestiário de toda a obra de J.R.R. Tolkien. O «fascínio» foi imediato. «Era claramente uma obra de ficção, mas a maneira como estava escrito e como relatava toda aquela ecologia, cosmogonia, aquela diversidade de raças, era tão verosímil que parecia que aquele mundo existia», recorda. Para uma criança que sempre gostou de inventar e encarnar personagens, de criar universos próprios, foi uma leitura «muito marcante». À necessidade de escrever histórias, cujas primeiras manifestações foram bandas desenhadas que fazia para si próprio, juntava-se agora uma fonte de inspiração que lhe permitia sonhar e consolidar as suas ideias.

Deu, então, o segundo passo, a leitura da «bíblia»: O Senhor dos Anéis. «Foi o primeiro livro que li por gosto», garante Filipe Faria. E leu-o numa altura em que não era tão fácil encontrá-lo como hoje em dia, devido às adaptações cinematográficas de Peter Jackson. «Tive de calcorrear boa parte de Lisboa para os comprar, a minha mãe ficou estupefacta por ver tanto esforço por causa de um livro». Seguiram-se os outros volumes de Tolkien, O Hobbit, O Silmarillion, Contos inacabados de Númenor e da Terra Média e As aventuras de Tom Bombadil e outras histórias. «Li tudo o que havia para ler», garante.

Nos jogos de cartas Magic the Gathering e nos 'role playing games' Dungeons & Dragons, jogos em que cada participante interpreta uma personagem, encontrou a confiança necessária para dar sequência ao mundo que andava a desenvolver. «Criava algozes que eram mais do que o vilão habitual, reviravoltas nos enredos, histórias minimamente estimulantes. Essas sessões deram-me uma nova perspectiva da criação, noções básicas de como fazer uma história, pois vi-me obrigado a justificar o que ia acontecendo». Mas depois veio «um vazio». A porta continuava aberta, só faltava começar a escrever.

Um bitoque fantástico
A comparação pode não ser a melhor, mas, na opinião de Filipe Faria, é certeira. «A Literatura Fantástica é como o bitoque, pode ter outro molho, mais ou menos sal, um ovo a cavalo, mas em última análise é sempre um bife com batatas fritas. Há certos elementos aos quais não vale a pena fugir, sob o risco de fazer um bacalhau à brás e isso não faz sentido». E dessa «fantasia padrão» – que Faria caracteriza como «um vilão quer destruir o mundo ao mesmo tempo que o artefacto-espada-talismã-baú-sagrado-profano-salvador tem de ser encontrados para o libertar dessa ameaça» – faz-se também as suas Crónicas de Allarya.

Narradas por um escriba ainda não identificado, «que continua zelosamente a contar a história de um mundo que um dia foi o seu», esta saga relata as aventuras de Aewyre, filho mais novo de Aezrel Thoryn, rei do povo de Allarya, de quem não se sabe o paradeiro. Decidido a saber o que se passou realmente com o seu pai, Aewyre pega na espada Ancalach e dirige-se a Asmodeon, onde ocorreu uma batalha sangrenta contra o Flagelo. Pelo caminho forma-se uma irmandade, que reúne as mais improváveis criaturas, e a quem caberá descobrir o segredo há muito escondido e combater o perigo que cresce de dia para dia. Ao longo da demanda, os membros deste grupo destacam-se «pela amizade que nutrem uns pelos outros, pela nobreza de carácter e espírito de sacrifício».

Cada personagem é para Filipe Faria «como um filho» e todas têm traços da sua personalidade. Aewyre representa a sua «impulsividade», a vontade de resolver as coisas da forma mais expedita possível, sem muitas vezes pensar nas consequências. Allimno, um mago, encarna o papel que desempenha quando está com amigos, pois embora não o procure ser, é muitas vezes o «mais atinado, a voz da razão». Babaki é a sua «face mais branda»: «Também consigo ter um mínimo de sensibilidade para com as necessidades dos outros». Lhiannah, a loira típica, é o «lado feminino que todos os homens têm» e revela as facetas que Filipe Faria não aprecia nas mulheres: «É teimosa, casmurra, agressiva». Quenestil, amigo de longa data de Aewyre, aproxima-se, por outro lado, dos seus aspectos «mais primários», que se manifestam quando se vê perante determinadas paisagens e o «sangue começa a correr mais depressa». Taislin, um cleptomaníaco sem cura, é o mais maroto e inconsequente, porque Filipe Faria também gosta de «disparatar e dizer piadas». Slayra, a segunda menina do grupo, corresponde a outro pólo feminino, e inversamente a Lhiannah «tem um espírito livre e expansivo». Finalmente, Worick, o mais apreciado nas discussões do fórum de Filipe Faria (www.allaryia.cjb.net), «é ordinário, maldisposto, feio, porco e mau», embora esteja do lado do bem. «E o pior que há em mim», assegura o escritor.

A história pela história
Ao contrário de O Senhor dos Anéis, que Tolkien escreveu durante a II Grande Guerra Mundial, dando origem, por isso, a inúmeras analogias políticas, Filipe Faria garante que, com os seus livros, não pretende «fazer nenhuma declaração moral». «Não quero pregar filosofia a ninguém, nem proferir juízos de valor. Apenas contar uma história», sublinha.

Mas isso não invalida que esteja atento ao que o rodeia e que os seus protagonistas tenham dúvidas que ponham em causa a sua integridade. «Este é um mundo violento e às vezes as personagens têm de tomar decisões imediatas, com repercussões em grande escala, que vão além do matar para sobreviver». Por isso costuma dizer que tem «os pés na terra e a cabeça nas nuvens». E apesar de tudo ser fruto da sua imaginação e de ter poucos paralelos com o nosso quotidiano, as suas histórias acabam por ser um espelho do mundo «extraordinariamente fascinante» que é a terra. «Quando penso no que certos povos conseguiram fazer, nos avanços da Civilização, chego à conclusão que o que faço não é assim tão fantástico. E para encontrá-lo, basta olhar à nossa volta...»


Fonte: Jornal de Letras

em Editorial Presença


Os Tecedores de Saramyr - Chris Wooding




















THE WEAVERS OF SARAMYR
OS TECEDORES DE SARAMYR

Trilogia: A Teia do Mundo
Autor:
Chris Wooding

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Sinopse: Com a trilogia intitulada A Teia do Mundo, este autor junta-se a uma geração de renovadores de um género que remonta a Tolkien e a C. S. Lewis. Os Tecedores de Saramyr tem um colorido orientalizante, baseia-se numa sociedade rígida e fortemente hierarquizada, a própria linguagem, de natureza tonal, reflecte o estatuto social dos falantes, assim como a caracterização da sua mitologia tem algo a ver com países exóticos como a China ou o Japão. As personagens são maioritariamente humanas: os Tecedores, a casta dominante, chamaram a seu cargo eliminar eugenicamente qualquer criança que nasça com deformações ou que revele possuir poderes mágicos e que possa pôr em causa a hegemonia da sua classe. São chamados Aberrantes. Este é um romance denso, sobressaindo pela riqueza do universo como pela complexidade do enredo. Neste volume, uma guerra civil eclode devido ao facto de a Imperatriz ter como herdeira uma Aberrante, Lucia, que juntamente com Kaiku e Asara, e os seus aliados, combatem para pôr fim ao poder perverso e corrupto dos implacáveis Tecedores.

in Editorial Presença

O autor Chris Wooding, com o livro "O Mistério de Alaizabel Cray", foi o que me levou a procurar estes livros de "fantasia". Se o primeiro passava-se num ambiente urbano e caótico este (os Tecedores de Saramyr) passa-se num ambiente com traços orientais, inspirado na mitologia Chinesa e Japonesa, mais calmo e mais fantasioso.
O livro começa com a frase: "Kaiku contava vinte anos quando morreu pela primeira vez.", somente o começo para o desenrolar de uma intriga que envolve os Tecedores (pessoas que podem entrar na Teia, através de uma máscara que lhes permite poderes especiais) e os Aberrantes (seres vivos, incluindo humanos, que tenham alguma deformação ou algum poder especial).
Os Tecedores eliminam os Aberrantes à nascença, encorajando a população a temê-los e a exterminá-los. Tudo começa com a revelação que a Imperatriz-Herdeira é uma Aberrante. Os Tecedores não podem directamente exterminá-la, porque o seu poder não entra directamente no Governo do Reino. Embora a Imperatriz do Sangue defenda a sua filha nem todas as classes nobres a apoiam e, por isso, aproxima-se uma guerra civil.
Este é apenas um resumo pequeno da história, uma vez que a personagem principal é Kaiku. A sua família foi morta pelos shin-shin (demónios) e ela e Asara (a sua empregada pessoal) foram as únicas sobreviventes. Munida com uma máscara estranha que pertencia ao pai dele, a única pista para a causa da morte da sua famíla, Kaiku vai à procura de respostas, vendo-se envolvida nesta intriga.

Um começo muito bom para A Teia do Mundo e mais uma vez Chris Wooding a surpreender-me.

Nota: 8/10