Livros de Fantasia
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terça-feira, outubro 04, 2005

Saiu a 1ª E-zine BBDE

A BBDE (Bad Books Don't Exist) lançou a sua primeira E-zine, que conta com alguns contos escritos pelos utilizadores desse fórum. Embora não foque o tema de fantasia, não deixa de ser uma leitura muito interessante. Podem ver a versão online (ou em PDF) em http://pickwick.bbde.org

sábado, outubro 01, 2005

Livros para Outubro

Nos lançamentos portugueses o destaque vai para:

- Harry Potter e o Príncipe Misterioso, de J.K.Rowling

Nos lançamentos em Inglês o destaque vai para:

- Thud!, de Terry Pratchett
- Knife of Dreams (Wheel of Time), de Robert Jordan

Resumo do mês de Setembro

Dentro dos livros lançados em português, o mês de Setembro trouxe-nos:

- Eldest, de C. Paolini
- A Rainha das Terras da Luz, de Inês Botelho
- O Cometa da Destruição, de G. P. Taylor
- Biblioteca, de Zoran Zivkovic
- Os Melhores Contos de Howard Phillips Lovecraft

Conferência: Fórum Fantástico 2005 - Um Incentivo à Imaginação em Portugal


A Hemeroteca Municipal de Lisboa inaugura no dia 3 de Outubro, segunda-feira, uma exposição do seu acervo relacionado com o Fantástico.

Esta exposição estará patente ao público de 3 a 28 de Outubro, nas instalações da Hemeroteca Municipal de Lisboa (Rua São Pedro de Alcântara, 3; ao Bairro Alto, perto da Igreja de S. Roque).


Para marcar o início da exposição, e para apresentar publicamente o Fórum Fantástico 2005, iniciativa que é apoiada pela Hemeroteca, decorrerá a partir das 19 horas de 3 de Outubro a palestra “Fórum Fantástico 2005 - Um Incentivo à Imaginação em Portugal”, por Rogério Ribeiro.


Fonte: Épica

Site do Fórum Fantástico

Livros de Fantasia dispertam interesse dos adolescentes em bruxaria?

O artigo de nome: "Halloween, Harry Potter, prompt concern from occult experts" (qualquer coisa como: Halloween, Harry Potter, incitam o interesse dos especialistas no oculto) fala sobre como os novos livros/filmes como Senhor dos Anéis, Harry Potter e Narnia são apontados como os principais factores para o crescimento do interesse dos adolescentes em Wicca e outras formas de bruxaria.

Podem ver o artigo aqui

quarta-feira, setembro 21, 2005

Lançamento - O Cometa da Destruição - G. P. Taylor



Data de lançamento:
21 de Setembro de 2005
Género: Fantasia
Lingua: Português
Autor:
G. P. Taylor
Editora: Editorial Presença


Sinopse:
Depois do sucesso de O Senhor das Sombras, G. P. Taylor regressa connosco à Inglaterra do século XVIII, mais precisamente a Londres de 1756. Aqui vivem Dr. Sabian Blake, um rico cientista e astrónomo, e Agetta, a sua criada de catorze anos, que não se inibe de roubar o patrão e seus convidados. Blake viu-se na posse de um livro misterioso, o Nemorense, que, reza a lenda, encerra os segredos do universo, em circunstâncias pouco claras e, através dele, fica a saber que o cometa Artemísia está em rota de colisão com a Terra, anunciando o início de uma nova era. Mas há mais gente interessada em tão poderoso livro, com o objectivo de usá-lo para fins mais obscuros, e que não olhará a meios para o obter. Se o mal triunfar, o cometa embaterá na Terra e as sombras e a escuridão reinarão no planeta...

em Editorial Presença

segunda-feira, setembro 19, 2005

Estreia mundial de Eragon em 2006

Stefen Fangfmeir, supervisor de efeitos especiais da Industrial Light & Magic, ligado a filmes como "Sinais" e "Master and commander", foi o realizador escolhido pela 20th Century Fox para dirigir a adaptação de "Eragon" ao cinema. Com o actor estreante Edward Speleers no papel do herói adolescente, o elenco do filme apresenta alguns nomes de peso, contando com Djimon Hounsou, Jeremy Irons, John Malkovich e Robert Carlyle.

Christopher Paolini, o autor do livro, quer acompanhar de perto a produção do filme - e já pediu mesmo para ser um dos figurantes que morrem decapitados nas cenas da grandiosa batalha de Farthen Dûr. A rodagem está nesta altura a decorrer em Budapeste, na Hungria, devendo passar ainda por diversas regiões da Eslováquia.

O argumento foi escrito por Peter Buchman, autor da história de "Parque Jurássico III" e que se encontra nesta altura a adaptar a vida de Che Guevara que o cineasta Steven Soderbergh começa a rodar no final do ano. "Eragon" chegará às salas em meados de Junho de 2006, devendo a produtora 20th Century Fox apostar numa estratégia massiva de estreias mundiais simultâneas.

Em Jornal de Notícias

Regresso aguardado do jovem prodígio

O segundo livro do norte-americano Christopher Paolini, escritor revelação do ano passado na área da literatura fantástica, já está à venda em Portugal. "Eldest", título original que a editora portuguesa Gailivro decidiu manter, segue-se a "Eragon", o livro de estreia do autor que começou a escrever a obra com apenas 15 anos e que rivalizou com a série Harry Potter em número de vendas nos EUA. No nosso país, "Eragon", o primeiro tomo da denominada "Trilogia da herança", já vendeu cerca de 43 mil exemplares, estando na forja a quinta edição.

O lançamento de "Eldest" em Portugal realizou-se na passada sexta-feira à noite, na Mãe d'Água das Amoreiras, em Lisboa, num ambiente medieval, muito ao estilo do livro. Isto, num dia em que a editora adiantou que, ainda antes de chegar ao grande público, as expectativas em torno de "Eldest" são muito elevadas, na medida em que, dos 35 mil exemplares da primeira edição, foram já vendidos 28 mil. Dados que obrigaram a Gailivro a preparar uma segunda edição ainda antes dos livros chegarem às estantes das livrarias portuguesas.

Em "Eldest", Eragon, a figura principal da trilogia, sempre acompanhado pela sua fiel Saphira, um dragão-fêmea azul que Eragon encontrou quando era ainda um ovo, continua a sua senda na luta contra o Mal encarnado na sinistra personagem Galbatorix, o governante ditador do reino de Alagäesia.

Depois de o primeiro livro ter terminado com a vitória dos rebeldes Varden e dos anões sobre os horrendos Urgals liderados pelo espectro Durza, derrotado pelo próprio Eragon na sangrenta batalha de Farthen Dûr, "Eldest" transporta-nos de imediato para o mesmo local, onde se procede à impossível contagem dos mortos. Numa altura em que se pensava que seria dado um merecido descanso aos heróis, eis que Christopher Paolini fá-los sofrer um rude golpe. E isto ainda no primeiro capítulo.

Em "Eldest", Eragon terá de enfrentar muitas e novas emoções, agora que se encaminha para Ellesmera, a terra dos Elfos, onde irá aprofundar os poderes de Cavaleiro do Dragão. A acção não irá, no entanto, centrar-se unicamente no jovem herói, estando reservado um importante papel a Roran, primo de Eragon.

Quanto ao terceiro e último livro, os leitores de Paolini terão ainda de esperar um ano para o lerem. Christopher Paolini ainda não adiantou o nome, mas é sabido que na capa irá surgir um dragão verde. Recorde-se que o primeiro retratava um dragão azul, Saphira, e no segundo aparece um dragão vermelho.


"Eldest", segundo volume da "Trilogia da herança" é o novo 'best-seller' do escritor Christopher Paolini Tiragem inicial de 35 mil exemplares já praticamente esgotada

livro traz disco dos dazkarie

O novo livro de um dos mais promissores escritores da actualidade de literatura fantástica vem acompanhado, na edição nacional, por uma compilação da banda portuguesa Dazkarieh.

"Achámos que o público-alvo deverá gostar da música dos Dazkarieh, porque tem a ver com o livro, com a música do mundo e a música celta", explicou Carla Afonso, responsável pelo departamento de marketing da Gailivro, detentora dos direitos de Paolini em Portugal.

A compilação apresenta temas dos três álbuns do grupo, além dos inéditos "Senhora da Azenha" e "Meninas vamos à murta" e uma nova versão de "Rosa de Lava".

O autor está em digressão pelos Estados Unidos a promover o livro, seguindo em Outubro para a Europa, mas não estão previstas apresentações em Portugal.

em Jornal de Notícias

sexta-feira, setembro 16, 2005

Sequela de Eragon chega a Portugal



Depois do sucesso de "Eragon", que vendeu em Portugal mais de 40 mil exemplares, a Gailivro lança esta sexta-feira o segundo volume de "A Trilogia da Herança", com o título "Eldest".

O segundo livro do norte-americano Christopher Paolini será apresentado pelo actor/apresentador português Pedro Granger no Reservatório da Mãe d’Água, em Lisboa.

Eldest promete ser um sucesso. O livro, lançado a 23 de Agosto, nos Estados Unidos e Canadá, vendeu, numa semana, cerca de meio milhão de cópias.

A editora prefere manter em segredo a intriga de "Eldest". "A partir de hoje os fãs da 'Triologia da Herança' poderão desvendar novos segredos", garante a editora em comunicado.

O primeiro livro do jovem escritor será brevemente adaptado ao cinema, revela ainda a editora. A 20th Century Fox decidiu apostar em “Eragon” que chegará já no próximo ano ao grande ecrã. O filme custará 100 milhões de dólares.

Com Lusa

Fonte: Sic Online

segunda-feira, setembro 12, 2005

Lançamento Português de Eragon - 16 de Setembro

O segundo livro da Heritage Trilogy (Trilogia da Herança), que sucede a "Eragon", vai ser lançado Sexta-Feira, dia 16 de Setembro. O livro tem pelo nome "Eldest" e foi escrito pelo jovem autor Cristopher Paolini.

A sinopse do livro pela Gailivro:

Cai a escuridão...
Colidem as espadas…
Reina o mal...

Eragon e o seu dragão, Saphira, acabam de salvar o estado rebelde da destruição pelas forças poderosas do Rei Galbatorix, cruel governante do Império. Eragon deverá rumar agora a Ellesméra, terra dos Elfos, onde treinará ainda mais os seus poderes de Cavaleiro do Dragão: a magia e a destreza no manejo da espada.
Muito em breve estará a caminho, na viagem da sua vida: os seus olhos abrem-se a novos lugares e a personagens terríveis, os seus dias enchem-se de novas aventuras. Mas o caos e a traição espreitam a cada esquina, e nada é o que parece ser. Não tarda, Eragon deixa de saber em quem confiar.
Entretanto, o seu primo Roran terá de travar uma nova batalha – uma batalha que colocará Eragon num perigo maior.
Será a mão obscura do rei capaz de estrangular toda a resistência? Eragon poderá não escapar com vida…

Fonte: Gailivro

domingo, setembro 11, 2005

Especial Mundo Fantástico no Jornal de Letras

O Jornal de Letras (quinzenal) do passado dia 31 de Agosto publicou um artigo sobre o Fantástico Português, incluindo entrevistas com Filipe Faria (Crónicas de Allaryia), Inês Botelho (o Ceptro de Aerzis), Miguel Ávila (Vatur), Ricardo Pinto (A Dança de Pedra do Camaleão) e Sandra Carvalho (A Saga das Pedras Mágicas).

Podem ver a entrevista ao Filipe Faria:

Mais de 400 páginas por volume, um guia básico de pronunciação e um extenso glossário. Os livros de Literatura Fantástica de Filipe Faria não são simples, nem de leitura fácil. Exigem, de resto, ao próprio autor uma disciplina de escrita que cumpre religiosamente. Tem um período de férias anual, mais ditado pela publicação dos livros do que pelo ritmo escolar da Universidade Nova de Lisboa, onde frequenta o curso de Línguas e Literatura Modernas, variante Inglês-Alemão. Nos dias correntes, as manhãs «são tempo perdido para a escrita. À tarde prefere «fazer outras coisas para não estar sempre fechado no quarto». Mas as noites estendem-se em laboriosa imaginação. «A mínima falta de inspiração pode ser desastrosa, por isso é necessário uma disciplina, como, por exemplo, 'hoje vou escrever x páginas, se não o conseguir, amanhã escrevo mais'. Isso é fundamental para acabar livros desta envergadura», afirma.

Essa persistência intensificou-se a partir do momento em que Filipe Faria publicou, em 2002, o seu primeiro livro. A Manopla de Karasthan, distinguido com o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian, e desde aí, a um ritmo anual, as sequelas: Filhos do Flagelo, Marés Negras e, agora, A Essência da Lâmina. «Mesmo não tendo prazos a cumprir, tenho de escrever. Sinto uma obrigação para com os leitores de lhes mostrar o desenlace, quer venham a gostar ou não». Há outra desculpa para justificar tamanha dedicação num escritor tão novo. E Filipe Faria não a esquece, embora a revele entre risos: «Tenho de me manter ocupado. A vida de um escritor é um pouco ociosa e se não faço render o meu tempo...»

Filipe Faria prevê que as Crónicas de Allaryia se dividam por sete livros, embora esta conta possa descer até aos seis ou subir aos dez. Depende da evolução da história. No entanto, já tem todos os livros planeados e já sabe o que vai acontecer em cada momento, inclusivamente o final. Aliás, antes de começar a escrever faz «uma estruturação muito detalhada de como vai ser o livro». Capítulo a capítulo vai fixando por palavras soltas os principais acontecimentos, mas para que a escrita não se torne mecânica – «não estar só a debitar da cabeça para o papel» – há lugar para a liberdade. «Tenho sempre o cuidado de deixar espaços em branco nesse esqueleto, para de alguma forma sentir um estímulo adicional quando estou a escrever, pois o facto de não saber o que vai acontecer em determinado momento leva-me a querer chegar lá mais depressa, ou a ir matutando, enquanto escrevo».

Com este trabalho se tem feito a sua aprendizagem da escrita. Quando olha para o primeiro volume, escrito entre os 16 e os 20 anos, Filipe Faria reconhece que, por vezes, «o diálogo é um pouco doloroso» e mesmo o ritmo do enredo «deixa algo a desejar». Mas é sem complexos que faz esta análise. «Era a capacidade que tinha na altura, não há nada a fazer. No entanto, o livro continua a ter os seus méritos», afiança. O que não tem comparação são os livros que agora escreve: «Não há dúvida que evoluí ao nível da escrita, da planificação, da caracterização das personagens e da elaboração dos diálogos».

Porta de entrada
Foi numa ida à biblioteca do colégio alemão, que frequentou do jardim infantil ao 12° ano, que Filipe Faria encontrou, aos 12 anos, a sua «porta de entrada» para a Literatura Fantástica. Passando os olhos pelas estantes, encontrou um bestiário de toda a obra de J.R.R. Tolkien. O «fascínio» foi imediato. «Era claramente uma obra de ficção, mas a maneira como estava escrito e como relatava toda aquela ecologia, cosmogonia, aquela diversidade de raças, era tão verosímil que parecia que aquele mundo existia», recorda. Para uma criança que sempre gostou de inventar e encarnar personagens, de criar universos próprios, foi uma leitura «muito marcante». À necessidade de escrever histórias, cujas primeiras manifestações foram bandas desenhadas que fazia para si próprio, juntava-se agora uma fonte de inspiração que lhe permitia sonhar e consolidar as suas ideias.

Deu, então, o segundo passo, a leitura da «bíblia»: O Senhor dos Anéis. «Foi o primeiro livro que li por gosto», garante Filipe Faria. E leu-o numa altura em que não era tão fácil encontrá-lo como hoje em dia, devido às adaptações cinematográficas de Peter Jackson. «Tive de calcorrear boa parte de Lisboa para os comprar, a minha mãe ficou estupefacta por ver tanto esforço por causa de um livro». Seguiram-se os outros volumes de Tolkien, O Hobbit, O Silmarillion, Contos inacabados de Númenor e da Terra Média e As aventuras de Tom Bombadil e outras histórias. «Li tudo o que havia para ler», garante.

Nos jogos de cartas Magic the Gathering e nos 'role playing games' Dungeons & Dragons, jogos em que cada participante interpreta uma personagem, encontrou a confiança necessária para dar sequência ao mundo que andava a desenvolver. «Criava algozes que eram mais do que o vilão habitual, reviravoltas nos enredos, histórias minimamente estimulantes. Essas sessões deram-me uma nova perspectiva da criação, noções básicas de como fazer uma história, pois vi-me obrigado a justificar o que ia acontecendo». Mas depois veio «um vazio». A porta continuava aberta, só faltava começar a escrever.

Um bitoque fantástico
A comparação pode não ser a melhor, mas, na opinião de Filipe Faria, é certeira. «A Literatura Fantástica é como o bitoque, pode ter outro molho, mais ou menos sal, um ovo a cavalo, mas em última análise é sempre um bife com batatas fritas. Há certos elementos aos quais não vale a pena fugir, sob o risco de fazer um bacalhau à brás e isso não faz sentido». E dessa «fantasia padrão» – que Faria caracteriza como «um vilão quer destruir o mundo ao mesmo tempo que o artefacto-espada-talismã-baú-sagrado-profano-salvador tem de ser encontrados para o libertar dessa ameaça» – faz-se também as suas Crónicas de Allarya.

Narradas por um escriba ainda não identificado, «que continua zelosamente a contar a história de um mundo que um dia foi o seu», esta saga relata as aventuras de Aewyre, filho mais novo de Aezrel Thoryn, rei do povo de Allarya, de quem não se sabe o paradeiro. Decidido a saber o que se passou realmente com o seu pai, Aewyre pega na espada Ancalach e dirige-se a Asmodeon, onde ocorreu uma batalha sangrenta contra o Flagelo. Pelo caminho forma-se uma irmandade, que reúne as mais improváveis criaturas, e a quem caberá descobrir o segredo há muito escondido e combater o perigo que cresce de dia para dia. Ao longo da demanda, os membros deste grupo destacam-se «pela amizade que nutrem uns pelos outros, pela nobreza de carácter e espírito de sacrifício».

Cada personagem é para Filipe Faria «como um filho» e todas têm traços da sua personalidade. Aewyre representa a sua «impulsividade», a vontade de resolver as coisas da forma mais expedita possível, sem muitas vezes pensar nas consequências. Allimno, um mago, encarna o papel que desempenha quando está com amigos, pois embora não o procure ser, é muitas vezes o «mais atinado, a voz da razão». Babaki é a sua «face mais branda»: «Também consigo ter um mínimo de sensibilidade para com as necessidades dos outros». Lhiannah, a loira típica, é o «lado feminino que todos os homens têm» e revela as facetas que Filipe Faria não aprecia nas mulheres: «É teimosa, casmurra, agressiva». Quenestil, amigo de longa data de Aewyre, aproxima-se, por outro lado, dos seus aspectos «mais primários», que se manifestam quando se vê perante determinadas paisagens e o «sangue começa a correr mais depressa». Taislin, um cleptomaníaco sem cura, é o mais maroto e inconsequente, porque Filipe Faria também gosta de «disparatar e dizer piadas». Slayra, a segunda menina do grupo, corresponde a outro pólo feminino, e inversamente a Lhiannah «tem um espírito livre e expansivo». Finalmente, Worick, o mais apreciado nas discussões do fórum de Filipe Faria (www.allaryia.cjb.net), «é ordinário, maldisposto, feio, porco e mau», embora esteja do lado do bem. «E o pior que há em mim», assegura o escritor.

A história pela história
Ao contrário de O Senhor dos Anéis, que Tolkien escreveu durante a II Grande Guerra Mundial, dando origem, por isso, a inúmeras analogias políticas, Filipe Faria garante que, com os seus livros, não pretende «fazer nenhuma declaração moral». «Não quero pregar filosofia a ninguém, nem proferir juízos de valor. Apenas contar uma história», sublinha.

Mas isso não invalida que esteja atento ao que o rodeia e que os seus protagonistas tenham dúvidas que ponham em causa a sua integridade. «Este é um mundo violento e às vezes as personagens têm de tomar decisões imediatas, com repercussões em grande escala, que vão além do matar para sobreviver». Por isso costuma dizer que tem «os pés na terra e a cabeça nas nuvens». E apesar de tudo ser fruto da sua imaginação e de ter poucos paralelos com o nosso quotidiano, as suas histórias acabam por ser um espelho do mundo «extraordinariamente fascinante» que é a terra. «Quando penso no que certos povos conseguiram fazer, nos avanços da Civilização, chego à conclusão que o que faço não é assim tão fantástico. E para encontrá-lo, basta olhar à nossa volta...»


Fonte: Jornal de Letras

em Editorial Presença


Os Tecedores de Saramyr - Chris Wooding




















THE WEAVERS OF SARAMYR
OS TECEDORES DE SARAMYR

Trilogia: A Teia do Mundo
Autor:
Chris Wooding

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Sinopse: Com a trilogia intitulada A Teia do Mundo, este autor junta-se a uma geração de renovadores de um género que remonta a Tolkien e a C. S. Lewis. Os Tecedores de Saramyr tem um colorido orientalizante, baseia-se numa sociedade rígida e fortemente hierarquizada, a própria linguagem, de natureza tonal, reflecte o estatuto social dos falantes, assim como a caracterização da sua mitologia tem algo a ver com países exóticos como a China ou o Japão. As personagens são maioritariamente humanas: os Tecedores, a casta dominante, chamaram a seu cargo eliminar eugenicamente qualquer criança que nasça com deformações ou que revele possuir poderes mágicos e que possa pôr em causa a hegemonia da sua classe. São chamados Aberrantes. Este é um romance denso, sobressaindo pela riqueza do universo como pela complexidade do enredo. Neste volume, uma guerra civil eclode devido ao facto de a Imperatriz ter como herdeira uma Aberrante, Lucia, que juntamente com Kaiku e Asara, e os seus aliados, combatem para pôr fim ao poder perverso e corrupto dos implacáveis Tecedores.

in Editorial Presença

O autor Chris Wooding, com o livro "O Mistério de Alaizabel Cray", foi o que me levou a procurar estes livros de "fantasia". Se o primeiro passava-se num ambiente urbano e caótico este (os Tecedores de Saramyr) passa-se num ambiente com traços orientais, inspirado na mitologia Chinesa e Japonesa, mais calmo e mais fantasioso.
O livro começa com a frase: "Kaiku contava vinte anos quando morreu pela primeira vez.", somente o começo para o desenrolar de uma intriga que envolve os Tecedores (pessoas que podem entrar na Teia, através de uma máscara que lhes permite poderes especiais) e os Aberrantes (seres vivos, incluindo humanos, que tenham alguma deformação ou algum poder especial).
Os Tecedores eliminam os Aberrantes à nascença, encorajando a população a temê-los e a exterminá-los. Tudo começa com a revelação que a Imperatriz-Herdeira é uma Aberrante. Os Tecedores não podem directamente exterminá-la, porque o seu poder não entra directamente no Governo do Reino. Embora a Imperatriz do Sangue defenda a sua filha nem todas as classes nobres a apoiam e, por isso, aproxima-se uma guerra civil.
Este é apenas um resumo pequeno da história, uma vez que a personagem principal é Kaiku. A sua família foi morta pelos shin-shin (demónios) e ela e Asara (a sua empregada pessoal) foram as únicas sobreviventes. Munida com uma máscara estranha que pertencia ao pai dele, a única pista para a causa da morte da sua famíla, Kaiku vai à procura de respostas, vendo-se envolvida nesta intriga.

Um começo muito bom para A Teia do Mundo e mais uma vez Chris Wooding a surpreender-me.

Nota: 8/10